Federação Mundial do Coração (World Heart Federation) divulga material com os números milionários do mercado de dispositivos eletrônicos para fumar e os riscos à saúde, principalmente em jovens.
Os cigarros eletrônicos já passam despercebidos pela quantidade de usuários e do mercado bilionário que acontece em seu entorno. A Federação Mundial do Coração (WHF) divulgou o infográfico “Cigarros Eletrônicos e Doenças Cardiovasculares” que apresenta informações sobre o que é o cigarro eletrônico, os valores que a indústria fatura em cima dele e os riscos para a saúde cardiovascular da população, principalmente em jovens, os grandes alvos desse mercado enganoso e letal.
O documento, dividido em cinco partes, apresenta o que são os cigarros eletrônicos, alternativa popular aos cigarros convencionais, e que contém sistemas eletrônicos de entrega de nicotina que simulam o fumo do tabaco pelo seu aquecimento e vaporização.
O mercado de cigarros eletrônicos gira números bilionários. Vendido em 102 países, em 2018 o faturamento em todo o mundo foi de US$ 11.26 bilhões (cerca de R$ 43.62 bilhões na cotação da época) e a projeção é cada vez maior. Em 2023 a estimativa é de que esse valor aumente exponencialmente para US$ 26.84 bilhões (aproximadamente R$ 136.4 bilhões na cotação atual).
Um dos atrativos do cigarro eletrônico é a falsa impressão de inofensividade e o desejo de parar de fumar em comparação aos cigarros convencionais, porém a WHF alerta que as substâncias tóxicas em ambos os dispositivos são parecidas e afetam diretamente o sistema cardiovascular. Os riscos aumentam pelo fato de a nicotina estar presente nos cigarros eletrônicos e causar dependência como outras substâncias ilícitas, afinal ela causa aumento da frequência cardíaca, apresenta picos de adrenalina, eleva a pressão arterial, e aumenta o risco de ataque cardíaco.
O vape, como é conhecido no Brasil, afeta diretamente a saúde cardiovascular. Pesquisadores já comprovaram que nos usuários do dispositivo ocorre o aumento da frequência cardíaca e pressão arterial, arritmia cardíaca, problemas vasculares, possível aumento do risco de coágulos sanguíneos, e aumenta em quase duas vezes as chances de um ataque cardíaco em comparação aos não fumantes.
Foco da indústria do cigarro eletrônico, os jovens são agressivamente atacados pelo marketing e por possíveis influenciadores, patrocinadores, campanhas nas redes sociais e pelos sabores diversos com essências de frutas e doces, por exemplo.
A Federação Mundial do Coração, a partir do infográfico divulgado, recomenda:
Proibir a venda e distribuição de cigarros eletrônicos a menores de 18 anos;
Proibir o uso de agentes aromatizantes, especialmente aqueles que atraem os adolescentes;
Realizar mais pesquisas sobre os efeitos a longo prazo dos cigarros eletrônicos na saúde cardiovascular;
Aplicar impostos sobre consumo de cigarros eletrônicos;
Proibir marketing, publicidade e declarações enganosas sobre cigarros eletrônicos;
Proibir o uso de cigarros eletrônicos em qualquer lugar onde os cigarros de tabaco tenham sido proibidos.
Acesse o infográfico na íntegra aqui.
Fonte: World Heart Federation