FórumCCNTs, representado pelo Dr. Mark Barone, trouxe uma visão essencial sobre a importância de parcerias multissetoriais e a integração de novas tecnologias para enfrentar essas CCNTs, enfatizando o papel central da saúde na agenda global
A 79ª Assembleia Geral da ONU (UNGA79), realizada em setembro de 2024, foi um marco para as discussões globais sobre saúde, desenvolvimento sustentável, governança e direitos humanos. Com a participação de líderes mundiais, representantes da sociedade civil e do setor privado, a Assembleia destacou a urgência de abordar desafios persistentes, como a Cobertura Universal de Saúde (UHC), as Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNTs) e a crescente ameaça da resistência antimicrobiana. O FórumCCNTs esteve representado por seu Coordenador-geral, o Dr. Mark Barone.
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A UNGA79 destacou-se como uma plataforma fundamental para renovar compromissos com a saúde global, com foco em garantir que a Cobertura Universal de Saúde (UHC) seja uma prioridade internacional. A saúde foi reconhecida em várias sessões como um dos principais pilares para combater a pobreza, reduzir desigualdades e promover o desenvolvimento sustentável. Nesse contexto, a UHC foi tratada não apenas como uma meta de saúde, mas como uma estratégia essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), abrangendo aspectos de equidade, justiça social e desenvolvimento econômico.
Durante o evento, líderes mundiais adotaram o Pacto para o Futuro, que inclui uma Declaração sobre Gerações Futuras e estabelece metas de cooperação internacional em diversas áreas. A saúde, tanto física quanto mental, foi integrada nesse compromisso, com a UHC destacada como uma ferramenta crucial para enfrentar os desafios da pobreza, mudança climática e promoção de direitos humanos. No entanto, uma crítica significativa apontada pelo UHC2030 foi a ausência de uma cláusula de ação específica para a saúde, o que pode comprometer a capacidade de muitos países de atingir seus objetivos de cobertura universal.
O FórumCCNTs contribuiu para as discussões sobre CCNTs, um dos principais desafios globais de saúde. O Dr. Mark Barone destacou durante durante o 3º Encontro Anual Multissetorial sobre o Combate às Desigualdades nas Condições Crônicas Não Transmissíveis, evento paralelo de alto nível da Assembleia Geral da ONU (UNGA79) que, anualmente, 40 milhões de pessoas morrem devido às CCNTs, sendo 17 milhões de mortes prematuras, ou seja, antes dos 70 anos. O tabaco, responsável por 8 milhões de mortes anuais, é um dos principais fatores dessas estatísticas, juntamente com o consumo de produtos não saudáveis. Outros temas abordados incluíram saúde digital e inteligência artificial (IA), com foco em como esses avanços podem fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS), especialmente em países de baixa e média renda, sem negligenciar o investimento necessário em cuidados primários, fundamentais para a resiliência dos sistemas de saúde.
Outro ponto crítico abordado foi a resistência antimicrobiana (AMR), discutida durante a Reunião de Alto Nível da ONU. A AMR é uma ameaça crescente à saúde pública global, e a reunião resultou em uma declaração política com foco na aceleração das ações globais para combater o uso indevido de antimicrobianos. Barone salientou que a UHC tem um papel vital nesse combate, ao garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade, prevenir o uso inadequado de medicamentos e promover uma abordagem de "One Health", que integra saúde humana, animal e ambiental.
Mark Barone também enfatizou a necessidade de uma colaboração multissetorial mais robusta, com foco na inclusão de pessoas com experiências vividas (PWLE) em decisões políticas. Embora a importância dessa inclusão seja amplamente reconhecida, ainda há desafios significativos para garantir que suas vozes sejam ouvidas de maneira significativa e não meramente simbólica. Ele também destacou a urgência de fortalecer as parcerias com jovens, que muitas vezes não são representados adequadamente nas decisões de saúde global, prejudicando o planejamento de ações eficazes voltadas para suas necessidades.
As desigualdades globais foram amplamente abordadas durante a UNGA79. Barone chamou a atenção para o contraste brutal entre a expectativa de vida de uma criança diagnosticada com diabetes tipo 1 em países de baixa renda, onde a expectativa de vida pode ser de apenas mais um ano, e em países de alta renda, onde essa criança poderia viver até 70 anos a mais. Ele reforçou a mensagem de que a saúde deve ser vista como um direito humano básico e que a verdadeira equidade só será alcançada quando todos os países se comprometerem a colaborar de maneira eficaz para garantir o acesso universal à saúde.
A UNGA79 representou um momento crucial para discutir o futuro da saúde global e reafirmar compromissos internacionais com a Cobertura Universal de Saúde. A participação do FórumCCNTs destacou a necessidade de enfrentar as CCNTs, integrar tecnologias emergentes de forma responsável e garantir que ninguém seja deixado para trás. As discussões abriram caminho para futuras colaborações e compromissos, particularmente em direção à UNGA80 e à Reunião de Alto Nível sobre CCNTs, programada para 2025, onde esses temas continuarão sendo centrais para alcançar uma saúde global equitativa e sustentável.
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