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Tabagismo agrava a crise econômica da COVID-19

O enfrentamento da pandemia da COVID-19 tem demandado dos governos um grande esforço concentrado de articulação, investimentos em recursos humanos, técnicos e financeiros. Entre os infectados por COVID-19, os fumantes têm um risco duas vezes maior de internações em unidades de terapia intensiva, de necessitarem de ventilação mecânica e de evoluírem para óbito, se comparados a não fumantes infectados.


Globalmente a pandemia de COVID-19 custou um total de 11,7 trilhões de dólares para todas as nações só em 2020. A pandemia de tabagismo custa anualmente 12% desse montante, ou seja, 1,4 trilhões de dólares para todas as nações. Já o total de impostos arrecadados sobre tabaco por todas as nações somam 250 bilhões de dólares ao ano.


No Brasil, as doenças causadas pelo tabagismo custam R$125.148 bilhões ao ano, ou seja, o equivalente a 23% do que o país gastou em 2020 para enfrentar a pandemia (R$ 524 bilhões). Já o total de impostos arrecadados sobre cigarros gira em torno de 13 bilhões de reais ao ano.

Custos do tabagismo.
Custos do tabagismo.

Esses custos são ainda maiores pois não incluem os gastos com ações de prevenção e tratamento para cessação do tabagismo, nem de prevenção e mitigação dos danos sanitários, sociais e ambientais decorrentes da produção de tabaco e do mercado ilegal de tabaco.


Estudos mostram que o aumento dos impostos e preços dos cigarros é a medida mais efetiva para motivar fumantes a deixarem de fumar e para inibir a iniciação de crianças e adolescentes no tabagismo - especialmente nas populações mais pobres. Indicam que um aumento de preços da ordem de 10% é capaz de reduzir o consumo de cigarros em cerca de 8% em países de baixa e média renda, como o Brasil.

Estimativa de fumantes por escolaridade.
Estimativa de fumantes por escolaridade.

No entanto, o último ajuste dos preços mínimos dos cigarros aconteceu em 2016 e, desde então, o seu efeito em desestimular o consumo vem enfraquecendo. Dados do Vigitel de 2019 mostram uma tendência de recrudescimento do tabagismo sobretudo nos grupos de menor escolaridade e, portanto, de menor renda.


Em 2018 a Forbes divulgou dados de uma pesquisa sobre o preço de um maço de cigarros ao redor do mundo, ficando o Brasil na 72ª posição entre 91 países analisados. Enquanto na Austrália o maço de cigarro custa até 20 dólares, no Brasil custa, em média, US$ 2,22 – um dos preços mais baixos de todo o mundo.



Fonte:https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/folheto_covid_x_reforma_tribaria_iecs_2020_1.pdf

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