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Setembro Amarelo: Depressão e Suicídio, há o que fazer? - Cobertura do evento do dia 17/09/2021

Na última sexta-feira (17/9), o FórumDCNTs realizou o evento interativo "Setembro Amarelo: Depressão e Suicídio, há o que fazer?”. O evento teve por objetivo a) Entender o impacto da pandemia sobre a incidência e a severidade de depressão e ansiedade no país, b) Identificar prioridades e estratégias com resultados concretos para tratamento eficaz de depressão e ansiedade, e prevenção de suicídio e c) Planejar de forma multissetorial e multistakeholder a implementação de estratégias nos sistemas público e privado para prevenir, diagnosticar e tratar oportunamente alterações de saúde mental (confira a agenda completa aqui). Participaram do evento representantes do Conselho Fiscal da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA), da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), do Country Medical Lead da Viatris, do Programas de Saúde e responsável pelas ações de Saúde Mental na SulAmérica e do Ministério da Saúde.


Em sua fala de abertura, o Dr. Mark Barone (FórumDCNTs) ressaltou que o Fórum foi pensado de acordo com a ODS 3.4, que tem como objetivo reduzir as mortes precoces em pelo menos um terço até 2030, além de promover a saúde mental e o bem estar. “O Fórum foi constituído pensando em auxiliar o país a atingir a ODS 3.4”. Ele também lembrou que um dos fatores de risco comuns a doenças crônicas está relacionado à condição mental e neurológica das pessoas e que os dados de ansiedade e depressão no Brasil são bastante alarmantes, segundo as pesquisas mais atuais.

Em seguida, a Dra. Elizabeth Bilevicius (Viatris) destacou a importância de parcerias e estratégias em busca da prevenção e diagnóstico precoce das doenças mentais, inclusive o transtorno de humor e a depressão. “Um problema grave no Brasil é a falta de diagnóstico. Mais da metade das pessoas com depressão não são sequer diagnosticada”. Segundo ela, menos de 5% das pessoas com depressão recebem tratamento adequado. “Além de tudo isso, as doenças mentais, falando também da depressão, estão muito ligadas às doenças cardiovasculares. As pessoas com depressão têm o risco duas vezes mais de ter AVC ou infarto agudo do miocárdio. Mais um motivo para ter como objetivo minimizar esses problemas tão grandes que temos em nosso país”.

Marta Axthelm (ABRATA) contou que nos grupos de trabalho da organização se vê o preconceito das pessoas com transtornos afetivos (depressão ou transtorno bipolar) sob sua própria condição e que precisa de um auxílio especializado, sendo um processo que acaba atrasando o tratamento das pessoas. “Além disso, no Brasil, muitas vezes não se sabe onde se buscar a ajuda”, explica. “A grande preocupação sempre é levar informações de qualidade e conhecimento com embasamento científico, permitindo que haja troca dentro dos grupos de apoio que temos.” A organização ABRATA tem seis grupos semanais on-line, mais um grupo para adolescentes.

Na continuidade, a Dra. Catarina Dahl (OPAS/OMS) apontou a importância de refletir sobre os determinantes sociais que podem influenciar na saúde mental e o suicídio, como a desigualdade, pobreza, densidade populacional, falta de renda e emprego, entre outros. Segundo ela, é fundamental a participação ampla da sociedade para o combate do suicídio. “É importante pensar intervenções que combatam essas questões relacionadas a esses fatores, entre eles a desigualdade social, a justiça social, alimentação, acesso à moradia, emprego, segurança, o acesso ao Sistema único de Saúde”. Ela também apresentou os 7 pilares do Guia da OMS que podem ajudar a prevenir o suicídio: a análise da situação, a colaboração multisetorial, a sensibilização, a capacitação, o financiamento, a vigilância e o monitoramento e a avaliação de evidência.

A fala da Dra. Maria Dilma Alves Teodoro (APBr) ressaltou que os profissionais de saúde têm dificuldade de lidar com a doença mental e que nem sempre encaminham o paciente para um profissional de forma adequada. Isso, segundo ela, precisa ser resolvido com esclarecimento dentro do próprio setor e formação adequada focada também no tema da saúde mental. Ela lembrou da importância da ampliação dos serviços, sobretudo na infância e adolescência. "Há poucos profissionais formados com especialização para essa faixa etária".

Priscila Costacurta (SulAmérica Saúde) destacou que houve um aumento de 180% na procura de psiquiatras por parte dos clientes da empresa, de 2018 a 2019, e a necessidade de desmistificar a doença mental. Segundo ela, para atender essa demanda, a SulAmérica lançou o programa "Unicamente" que, com o uso da tecnologia, tem como objetivo fazer o tratamento e acompanhamento efetivo dos diagnosticados de depressão ou qualquer outra enfermidade mental.


O Dr. Rafael Bernardon (Ministério da Saúde) mostrou parte do boletim inédito do Ministério da Saúde sobre os números de suicídio. Segundo o documento, o número de suicídio entre 2010 e 2019 aumento 30%. Entre as faixas etárias ele destacou os adolescentes.

Ele falou da dificuldade em ter leitos especializados e sobre o desenvolvimento de políticas por parte do governo federal que buscam a prevenção da automutilação e suicídio. Lembrou que o MS tem a missão de expandir a rede de saúde voltada para a saúde mental. Segundo Bernardon, as soluções mais rápidas e imediatas devem estar focadas na tecnologia, como a expansão do TelePSI para todo o Brasil. Ao final do evento, os painelistas responderam a perguntas da plateia e enfatizaram a importância de manter encontros como este de modo a viabilizar o cuidado com a saúde mental, desmistificando as diversas enfermidades como a depressão, ansiedade e bipolaridades. O aumento de investimento na formação de profissionais, na abertura de equipamentos, além da união de forças intersetorial foi outro ponto levantado entre os participantes para um tratamento de qualidade e a prevenção dos transtornos mentais e o combate ao suicídio.




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