A saúde mental precisa estar no topo da agenda política. Essa é a recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em novo relatório que o índice de casos e mortalidade foi acentuado pela pandemia de COVID-19. O Dr. Jarbas Barbosa, Diretor da OPAS, destaca a saúde mental em evento na última sexta-feira (9) e a importância que o tema precisa ter nas pautas políticas.
Atualmente, a saúde mental representa quase um terço de todos os anos vividos sem qualidade e a pandemia de COVID-19 aumentou ainda mais os fatores de risco para a saúde mental, incluindo desemprego e insegurança financeira. O Dr. Jarbas Barbosa ressalta a importância do tema durante evento da OPAS para lançamento do novo relatório. “A saúde mental da população das Américas foi severamente afetada pela pandemia do COVID-19 e seus efeitos em nossas vidas, economias e sociedades”, completa.
O relatório da Comissão, “Uma Nova Agenda para a Saúde Mental na Região das Américas”, fornece à OPAS dez recomendações para os países sobre como melhorar a atenção à saúde mental:
Elevar a saúde mental nos níveis nacional e supranacional.
Integrar a saúde mental em todas as políticas.
Aumentar a quantidade e melhorar a qualidade do financiamento para a saúde mental.
Garantir os direitos humanos das pessoas que vivem com problemas de saúde mental.
Promover e proteger a saúde mental ao longo da vida.
Melhorar e expandir os serviços e cuidados de saúde mental baseados na comunidade.
Fortalecer a prevenção do suicídio.
Adotar uma abordagem transformadora de gênero para a saúde mental.
Abordar o racismo e a discriminação racial como um fator determinante da saúde mental.
Melhore os dados e pesquisas sobre saúde mental.
O diretor da OPAS destacou que a falta de cuidados se deve a fatores pré-pandemia, como o baixo investimento: apenas 3% dos orçamentos de saúde serem destinados para a saúde mental. A escassez de profissionais da saúde nesta área e o acesso reduzido a serviços, principalmente para pessoas em situação de vulnerabilidade, são outros fatores que alertam a sociedade.
A Dra. Epsy Campbell Barr, presidente da Comissão e ex-vice-presidente da Costa Rica, destaca que se deve “investir em saúde mental para promover o desenvolvimento humano equitativo e sustentável para que todos vivam com bem-estar e dignidade. Devemos lembrar que o fardo da saúde mental não é uma luta privada, mas uma crise de saúde pública que merece ação urgente e imediata, ressalta.
As informações sobre Saúde Mental nas Américas e que são destacados pelas OPAS:
Quase um terço de todos os anos vividos com incapacidade (YLDs) e um quinto dos anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) são devidos a condições mentais, neurológicas e de uso de substâncias e suicídio.
Os transtornos depressivos e de ansiedade são a terceira e quarta principais causas de incapacidade.
O álcool é responsável por 5,5% de todas as mortes nas Américas.
As Américas têm o segundo maior nível de consumo de álcool do mundo.
O suicídio tira a vida de quase 100 mil pessoas a cada ano.
A taxa regional de suicídio ajustada por idade aumentou 17% entre 2000 e 2019.
8 de cada 10 indivíduos com uma condição grave de saúde mental não recebem tratamento.
Em 2020, durante a pandemia de COVID-19, os transtornos depressivos maiores aumentaram 35% e os transtornos de ansiedade 32%.
65% dos países relataram interrupções nos serviços essenciais de saúde mental e uso de substâncias em 2020. Esse número caiu para 14% no início de 2023.
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