A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nessa terça-feira (19) o "Relatório Global sobre Hipertensão: a corrida contra um assassino silencioso", com dados globais sobre a condição e que, apenas no Brasil, vitimou mais de 1 milhão de pessoas, de acordo com o documento recém-divulgado. O Dr. Mark Barone, Coordenador Geral do FórumDCNTs, e a Dra. Sheila Martins, presidente da WSO (World Stroke Organization) e Rede Brasil AVC e participante do FórumDCNTs, estiveram presentes no evento de lançamento.
As informações refletem uma condição que está nas metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que ainda sim é um grande desafio de saúde global. O presente relatório compila dados inéditos sobre as consequências de longo prazo da hipertensão sem o acompanhamento adequado, o que inclui ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVC) e morte prematura, juntamente com perdas econômicas substanciais para comunidades e países. Além deste dado, o documento também reúne dados globais, nacionais e regionais acerca da hipertensão e o progresso dos esforços de manejo.
O relatório mostra que 4 em cada 5 pessoas com hipertensão não são tratadas adequadamente, mas se os países aumentarem a cobertura, 76 milhões de mortes poderiam ser evitadas entre 2023 e 2050, de acordo com a estimativa da organização.
A hipertensão afeta 1 em cada 3 adultos em todo o mundo. O número de pessoas vivendo com hipertensão (pressão arterial de 140/90 mmHg ou mais; ou tomando medicação para hipertensão) dobrou entre 1990 e 2019, passando de 650 milhões para 1.3 bilhão. Quase metade das pessoas com hipertensão em todo o mundo desconhece atualmente sua condição e mais de três quartos dos adultos com hipertensão vivem em países de baixa e média renda.
Entre os especialistas que contribuíram com a elaboração do material, está o Dr. Flávio Danni Fuchs (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e a Dra. Sheila Martins (Hospital de Clínicas de Porto Alegre).
Vídeo: Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor Geral da OMS, ressalta que 1 em cada 3 adultos no mundo tem hipertensão e que inclusive está nesta impactante estatística.
O pacote técnico HEARTS está implementado em quase 40 Estados-Membros, o Brasil é um deles. São aproximadamente 35 mil instalações que implementam o HEARTS. Os programas regionais facilitam a disseminação das melhores práticas entre os países da região. Além disso, três programas regionais, a iniciativa HEARTS nas Américas (Organização Pan-Americana de Saúde/OMS), a iniciativa SEAHEARTS (região do Sudeste Asiático da OMS) e a Iniciativa Signature (região europeia da OMS), demonstram os compromissos e movimentos acelerados para expandir o HEARTS.
Mais de 17,4 milhões de pessoas estão agora inscritas em um programa contextualizado de gestão da hipertensão HEARTS e estão a ser tratados de acordo com a forma adequada e padronizada.
Nos dados referentes ao Brasil, o estudo do ano de 2019 dá conta de que mais de 1 milhão de pessoas morreram por complicações da hipertensão, ao todo, 1.372 mi de vidas foram perdidas. A prevalência de hipertensão padronizada por idade, entre adultos de 30 a 79 anos, era de 48% dos homens e 42% das mulheres.
Outro dado que chama a atenção no Brasil é que, para atingir uma taxa de gerenciamento da hipertensão de 50%, seria necessário tratar de forma eficaz mais 8,4 milhões de pessoas com hipertensão. Aproximadamente 365 mil mortes seriam evitadas até 2040 caso o cenário de progresso do Brasil fosse alcançado, de acordo com atual cenário de gerenciamento da hipertensão no país.
O relatório também aponta para as metas que o Brasil conseguiu atingir com relação à hipertensão, bem como as situações em que o país não atingiu as expectativas:
✔ Expectativas atendidas
Meta nacional de consumo de sal
Condução de pesquisa nacional recente medindo pressão arterial/hipertensão elevada
Condução de pesquisa nacional recente sobre a ingestão de sal/sódio
Sistema funcional para gerar rotineiramente dados confiáveis de mortalidade por causas específicas
✖ Expectativas não atendidas
Meta nacional para pressão arterial
Diretrizes para o manejo da hipertensão
Acesse o relatório completo aqui.
Fonte: Organização Mundial da Saúde