O plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas (DCNTs) e Agravos Não Transmissíveis no Brasil 2021-2030 - também conhecido como Plano de DANT - apresenta-se como diretriz para a prevenção dos fatores de risco das DANT e para a promoção da saúde da população com vistas a dirimir desigualdades em saúde. O lançamento deste material foi muito comemorado pelo FórumDCNTs e seus membros, que participaram em diferentes etapas de sua elaboração (confira aqui) e entendem como fundamental um plano com metas para alinhamento nacional a fim de atingirmos o ODS 3.4 até 2030.
As DCNTs, principalmente as doenças cardiovasculares, cânceres, diabetes e doenças respiratórias crônicas, são causadas por vários fatores ligados às condições de vida das pessoas. Estes são determinados pelo acesso a: bens e serviços públicos, garantia de direitos, informação, emprego e renda e possibilidades de fazer escolhas favoráveis à saúde. Os principais fatores de risco comportamentais para o adoecimento por DCNT são: tabagismo, consumo de álcool, alimentação não saudável e inatividade física.
Os agravos não transmissíveis (violências e acidentes) também fazem parte do cenário de morbimortalidade da população. Mortes por violências estão fortemente relacionadas às desigualdades sociais, que podem ser determinadas pelo gênero, pela raça/cor da pele, pela classe social e pelo nível de escolaridade. Mulheres e homens negros e pardos são vítimas mais frequentes de mortes por causas violentas do que os brancos. Entre homens jovens, ocorrem três vezes mais mortes violentas de negros em relação aos brancos.
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As violências são a segunda causa de morte no Brasil e chegam a ocupar o primeiro lugar em alguns estados. Os acidentes, cuja principal representação são as lesões de trânsito, também têm importante peso no perfil epidemiológico de morbimortalidade da população brasileira.
O Plano foi elaborado com a contribuição de representantes das secretarias, das agências, dos institutos e das fundações ligadas ao Ministério da Saúde (MS), de gestores e trabalhadores da saúde dos municípios, dos estados e do Distrito Federal, do setor privado, de pesquisadores e representantes da sociedade civil. Tais contribuições foram realizadas por meio de oficinas, reuniões, fórum e consulta pública. Durante o lançamento, o FórumDCNTs e a ACT Promoção da Saúde participaram de uma mesa, junto com representante do Conasems, e expuseram sobre a importância da participação da sociedade civil e do advocacy para o desenvolvimento de políticas e ações efetivas para o enfrentamento das DCNTs.