A Organização Mundial da Saúde (OMS) lança a edição de 2023 do relatório anual de Estatísticas Mundiais de Saúde com os dados atualizados referentes aos impactos da pandemia de Covid-19, além dos números alarmantes sobre o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável relacionados à saúde (ODS).
O estudo tem como base o ano de 2022 e preocupa a sociedade pela estagnação do progresso da saúde nos principais indicadores em comparação com o intervalo entre 2000 e 2015. A pandemia também teve participação direta no crescente número de casos de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
As mortes causadas por DCNTs cresceram consideravelmente e agora são responsáveis por 75% de todas as vidas perdidas anualmente. E o cenário tende a piorar. Estima-se que as complicações dessas condições sejam responsáveis por cerca de 86% das 90 milhões de mortes anuais até 2050, ou seja, 77 milhões de óbitos até meados do século XXI serão causadas por DCNTs, um aumento de 90% em comparação aos números de 2019, antes da pandemia.
Com o relatório apresentado, a OMS apresenta mudanças necessárias em diversos indicadores de saúde. Um deles seria reduzir em 11,6% ao ano, até 2030, a taxa de mortalidade materna para atingir a meta dos ODS. Mesmo que a redução de alguns fatores de risco como consumo de álcool, tabagismo, e violência, a OMS afirma que o progresso foi inadequado e a poluição do ar, por exemplo, continua alta, assim como a obesidade, fator que não há previsão de redução imediata desses dados.
No Brasil, a probabilidade de mortes por qualquer DCNT, como doença cardiovascular, câncer e diabetes, é de 15,5%. Entre os fatores de risco, o consumo de álcool por pessoa no Brasil a partir dos 15 anos de idade é de 7,7 litros anuais, enquanto a prevalência do uso de tabaco desse mesmo público é de 12,8%. Já o excesso de peso em crianças a partir dos cinco anos de idade é de 10,3%.
A Dra. Samira Asma, diretora-geral adjunta da OMS, ressalta a importância de engajar todos os setores para cumprir a agenda ODS 2030 e que a exigência é por encontrar caminhos para isso. “A pandemia do COVID-19 é um lembrete importante de que o progresso não é linear nem garantido. Para nos mantermos no rumo da agenda ODS 2030, devemos agir de forma decisiva e coletiva para gerar um impacto mensurável em todos os países”, explica.
Acesse o documento na íntegra aqui.
Fonte: Organização Mundial da Saúde
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