A Organização Mundial da Saúde (OMS) lança o guia “Integrando a prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis em programas de HIV/AIDS, tuberculose e saúde sexual e reprodutiva: orientação para implementação”. Essa orientação de implementação ajudará os formuladores de políticas, gerentes de programas e provedores de saúde a maximizar o impacto dos serviços de saúde e ampliar o acesso para o cuidado das doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
A ameaça pelos crescentes desafios de saúde pública para com as DCNTs, e que são ainda mais difíceis pelos desafios na implementação de programas de DCNTs devido à pandemia da doença de coronavírus (COVID-19), motivaram a confecção deste documento que examina as barreiras na integração de estratégias de gerenciamento e manejo na Atenção Primária à Saúde (APS).
O guia de orientação proposto pela OMS destaca 18 ações estratégicas recomendadas, em 5 domínios:
Pessoas e comunidade;
Política e liderança;
Financiamento;
Capacidade e infraestrutura;
Modelo de atendimento para DCNTs.
O Brasil participa do guia com o Estudo de caso 21 "Prestação de cuidados coordenados, abrangentes e contínuos para condições crônicas por meio de equipes multidisciplinares de APS no Brasil". A publicação atesta que o país fortaleceu a APS para DCNTs desde a década de 1980, principalmente com relação ao diabetes e hipertensão
Nesse avanço na APS no Brasil, cada equipe de saúde da família era composta por um médico, uma enfermeira e quatro a seis agentes comunitários de saúde locais. Para condições crônicas como diabetes e hipertensão, os agentes comunitários de saúde forneceram promoção da saúde, prevenção, educação, triagem, coleta de dados e encaminhamento. Cuidados adicionais também foram incluídos como nutricionistas, assistentes sociais, psicólogos, obstetras, ginecologistas e agentes de saúde pública coordenados com o corpo clínico básico em equipes de saúde da família.
Em mais de 20 anos de monitoramento e avaliação, o modelo brasileiro de APS, com a equipe de saúde da família em sua essência, melhorou substancialmente a cobertura de serviços e os resultados de saúde, principalmente nos municípios mais necessitados dessa Atenção Primária à Saúde:
Redução de 25% nas admissões hospitalares por diabetes;
Diminuição da hospitalização e/ou mortalidade por doença cardiovascular;
Redução de 67% no peso abaixo da meta em crianças menores de 5 anos e;
Reduções nas taxas de mortalidade infantil.
A Diretora-Geral Adjunta da OMS, Dra. Zsuzsanna Jakab, faz o apelo para parceiros internacionais na defesa e apoio integrado inclusivo no enfrentamento às DCNTs. “Peço aos doadores e parceiros internacionais que apoiem a integração das DCNTs nos programas de saúde. Isso reverteria o fardo crescente das DCNTs, ao mesmo tempo em que sustentaria os ganhos de outros programas de saúde”. Ela ainda completa seu posicionamento a fim de parar as mortes que poderiam ser evitadas em todo o mundo.
Acesse o documento na íntegra aqui.
Fonte: Organização Mundial da Saúde
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