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FórumDCNTs na mídia: entrevista sobre a participação do FórumDCNTs na Assembleia Geral da ONU

O Dr. Mark Barone, Coordenador Geral do Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil (FórumDCNTs), concedeu entrevista para o Programa Thathi Cidade, da TV Thathi Ribeirão Preto, importante veículo de imprensa paulista. A temática foi a participação na Assembleia Geral da ONU, em que o FórumDCNTs esteve entre os únicos quatro representantes brasileiros de organizações da sociedade civil convidados a compartilhar experiências na primeira sessão da Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde.

Dr. Mark Barone concedeu entrevista para o Programa Thathi Cidade. Foto: Divulgação

O propósito do encontro internacional foi fazer uma revisão abrangente da situação dos países que se comprometeram com a meta de atingir, até 2030, a cobertura universal de saúde (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3.8). Os debates visaram a identificação de lacunas e recomendações baseadas em evidências com a finalidade de aprovar uma declaração política orientada à ação para o cumprimento dessa agenda.


Na participação como Sociedade Civil, Barone ampliou o debate sobre a necessidade de equipar e capacitar os profissionais da atenção primária no que tange ao diagnóstico e manejo das CCNTs, com destaque às mais prevalentes, como diabetes, hipertensão, dislipidemia, obesidade e câncer.


Durante a conversa, foram abordados temas como a importância de levar o debate sobre as condições crônicas não transmissíveis para um evento de alto nível, com relação à saúde no Brasil, destacar os cuidados na prevenção e tratamento para as pessoas que possam ter uma ou mais condições, porém ressaltar o desconhecimento de boa parcela da população acerca da real situação por serem condições silenciosas; e o que esperar para o futuro dos cuidados em saúde direcionados para CCNTs, seja pela cobertura vacinal, saúde digital e uma das partes mais fundamentais, a participação ativa da pessoa com CCNT nas discussões sobre políticas públicas.

Participar de um debate como esse na ONU é muito importante para a saúde do nosso país?


Dr. Mark Barone

Sem dúvidas, para o Brasil e todo o mundo. A Assembleia Geral da ONU, que acontece anualmente na sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos, em que chefes de Estado marcam presença como o Presidente Lula, a Ministra da Saúde Nísia Trindade, assim como outros ministros e secretários do governo para discutir estratégias e alinhar de forma global. Durante essas reuniões que acontecem na Assembleia Geral da ONU, a Sociedade Civil também tem voz, a oportunidade de participar e nós representamos a sociedade civil na questão das condições crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias, que são tão prevalentes e preocupantes. O que gostaria de destacar na Assembleia Geral da ONU em 2023 foi que ela se dedicou a três temas diferentes na saúde, o combate à tuberculose, preparação a pandemias e a Cobertura Universal da Saúde.


Participar dessa reunião de alto nível sobre a UHC foi de extrema importância, visto que o Brasil é um país com muita experiência no assunto através do SUS, um modelo de cobertura que é referência global, e levar a perspectiva das CCNTs. Então dentro dessa temática teve uma reunião especial sobre a atenção primária à saúde, feita pelas UBS e que é tão importante, cobre a maior parte dos municípios e que a maior parte dos cidadãos tem acesso. Nós vimos durante a pandemia de COVID-19 a importância na vacinação da população. A nossa atenção nesse sentido foi sobre a APS estar bem preparada e capacitada para lidar com as CCNTs, as doenças que mais matam no país. Mais de 75% das mortes no Brasil são por CCNTs como diabetes, hipertensão, dislipidemia, AVC e infartos câncer, doenças respiratórias como a asma e outras condições.


O brasileiro é um ser humano que cuida e está preocupado com as CCNTs e seus efeitos?


Dr. Mark Barone

Na realidade o desafio que existe para com as CCNTs se dá pelo fato de serem silenciosas, portanto, o indivíduo não percebe que ele pode estar com alguma dessas condições. Exemplos disso são o diabetes tipo 2, em que muitas vezes passa anos e anos sem perceber, e hipertensão tem situação semelhante quando a pessoa busca ajuda médica quando tem uma dor de cabeça mais agravada, ou tontura, mas durante muito tempo ela já teve a hipertensão instaurada em que ela deveria fazer o acompanhamento e tratando. Então por isso é importante que todos sejam acompanhados pelo sistema de saúde para que possam prevenir as CCNTs por meio de hábitos saudáveis, ou elementos simples como dormir de forma adequada, buscar alimentos minimamente processados/ultraprocessados e priorizar os in natura, evitar bebida alcoólica, o tabaco, portanto são elementos que auxiliam muito na prevenção da grande maioria das CCNTs.


Chamamos a atenção nessa reunião como um dos poucos com a oportunidade de fala e compartilhamos resultados do Brasil que estão dando muito certo através da APS e UBS quando se capacitam e tem equipamentos para melhorar a tenção ao diabetes reduzindo a hemoglobina glicada para diabetes tipo 2, um importante exame para essas pessoas, reduzindo a pressão arterial de pessoas com hipertensão. Sabemos que atualmente existem 51 milhões de adultos acima de 30 anos de idade com hipertensão no Brasil, e um terço delas não sabe que tem a condição e se encontram em um risco elevado. Portanto n~]ao estão tratando, e a hipertensão é o principal fator de risco para AVC, infartos e doença renal. Por isso é importante procurar o serviço de saúde e fazer esse acompanhamento adequado com o monitoramento da pressão arterial, glicose, lípides, glicose, para tomar ações preventivas.


Diante do que foi debatido na ONU, o que podemos esperar para o futuro das CCNTs?


Dr. Mark Barone

O que nós chamamos muito a atenção e que deve ser o foco é a capacitar e equipar a atenção primária para que ela tenha recursos tecnológicos, conhecimentos e medicamentos para que ela possa ser resolutiva. Muitas vezes temos muitas expectativas, mas não temos os recursos necessários. Outro ponto importante que enfatizamos é que pessoas com CCNTs sejam chamadas para fazer parte do planejamento das ações e políticas públicas, porque muitas vezes os gestores tem as melhores das intenções, mas não conhecem a realidade na ponta, portanto é importante que elas sejam convidadas para participar desses diálogos e processos decisórios para que um programa quando é implementado, uma política, tenha as características que aquela população precisa para resolver os seus problemas. Eu chamo a atenção também para as vacinas, que são importantes para todos, principalmente pessoas com CCNTs, que quando pegam uma doença infecciosa pode agravar os casos delas. Inclusive existem centro especializados para pessoas com necessidades especiais de vacinas que chamamos de CRIE, portanto procure saber onde fica o CRIE mais próximo de você para que possa receber vacinas extras.


Outra situação é a vacina do HPV, importantíssima para prevenir um tipo de câncer, então as vacinas inclusive auxiliam a prevenção de CCNTs, o que não imaginávamos antigamente e infelizmente não estamos atingindo a cobertura universal adequada. A vacina de HPV é fornecida para jovens, adolescentes que devem ser vacinados para que a gente consiga atingir a meta global da ONU de erradicar o câncer de colo do útero através da vacina de HPV.


Trecho retirado do Programa Thathi Cidade, edição 09/10/2023. Assista na íntegra. Confira a matéria completa sobre a participação do FórumDCNTs: FórumDCNTs defende investimento em Atenção Primária na Assembleia Geral da ONU

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