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Encontro discute importância das parcerias entre diferentes setores no combate às DCNTs no Brasil

Por Denilson Oliveira


Pela segunda vez, os participantes do Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs, se reuniram para compartilhar conhecimento, recursos e encontrar respostas para o cenário das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil. O encontro aconteceu no Espaço França, em São Paulo, no último dia 15 de maio, e reuniu representantes dos setores público e privado, além de organizações não governamentais.


A abertura do evento ficou a cargo de Mark Barone, diretor do Instituto de Saúde Pública do Brasil. "O objetivo do fórum é formar parcerias entre os diferentes setores e que são vistas como única forma de solucionar questões de saúde pública relacionadas às DCNTs no Brasil", disse Barone


Durante sua apresentação, Barone lembrou do conjunto de “17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, criados pela Organização das Nações Unidas e que devem ser atingidos por todos os países do mundo até 2030. Segundo ele, dois pontos do documento internacional servem para pautar os trabalhos do Fórum de DCNTs. São eles:



- Até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis via prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar (meta 3.4 do ODS 3); e


-  Incentivar e promover parcerias públicas, público-privadas e com a sociedade civil eficazes, a partir da experiência das estratégias de mobilização de recursos dessas parcerias (meta 17.7 do ODS 17).


Barone também apresentou um panorama das doenças crônicas não transmissíveis em nosso país. Hoje, as DCNTs são responsáveis por 75,8% dos óbitos no Brasil. Para se ter ideia, em 1990, esse índice era de 59,6%. “Os principais fatores de risco que estão levando à morte prematura relacionada às doenças crônicas no Brasil são modificáveis, com destaque à alimentação não saudável, o sedentarismo e o uso abusivo de álcool, tabaco e outras drogas”


Ao longo do dia, outros palestrantes também reforçaram a importância dessas parcerias para a saúde pública e o combate às DCNTs. “É possível melhorar o sistema de saúde brasileiro com a participação cada vez mais decisiva dos três setores, afirmou Sandro José Martins, coordenador geral de atenção especializada do Ministério da Saúde. Como exemplo, ele citou o programa Farmácia Popular, que distribui gratuitamente medicamentos em parceria com redes de farmácias de todo o Brasil. “Esse projeto foi desenvolvido para capilarizar o acesso aos remédios em nosso país e hoje chega a 80% dos municípios brasileiros”.


Richard Blumel, gerente de Relações Governamentais do CIES Global, falou sobre a parceria realizada com a Prefeitura de São Paulo, durante o programa Doutor Saúde. “O município de São Paulo tinha uma fila de espera de 417 mil exames, quando a gestão do prefeito João Dória Júnior assumiu a prefeitura, nosso desafio era zerar esse número. Conseguimos alcançar nosso objetivo com a utilização de carretas de saúde itinerantes, onde encaminhávamos os pacientes para o serviço Hora Certa ou hospitais modulares, feitos com uma estrutura de containers. Do total encaminhado, 75% era resolvido nesses espaços. O restante, era encaminhado para a alta complexidade”.


Entre as instituições parceiras, a Abrale, o Plan International, a ADJ Diabetes Brasil, a Universidade Federal da Bahia, a Novartis Foundation, a Alianza Latina, a Associação Brasileira de Hipercolesterolemia Familiar (AHF), a Medtronic e a ITMS apresentaram iniciativas inter- e multi-setoriais que têm transformado a saúde no país. Esta última apresentou um programa que demonstra claramente como as parcerias podem impactar de forma decisiva os resultados em saúde. O LATIN (Latin America Telemedicine Infact Network), presente também na Colômbia e no México, conecta mais de 200 centros e já tratou mais de 3.180 infartos desde abril de 2014. Além das secretarias de saúde, hospitais e unidades de saúde, o programa conta com a parceria entre o ITMS a Lumen Foundation e a Medtronic. Na cidade de Guarulhos, por exemplo, após apenas dois meses de implementação do projeto, a mortalidade por infarto despencou de 25% para 7,2%

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