No Dia Mundial do Diabetes, 14 de novembro, toda a sociedade se uniu para aumentar a conscientização sobre o peso crescente dessa condição de saúde e as estratégias para preveni-la e tratá-la. O tema deste ano, e até 2023, é “Acesso aos cuidados do diabetes” porque muitas pessoas ainda não têm acesso a diagnósticos, medicamentos e dispositivos de monitoramento que são fundamentais para o manejo do diabetes.
A fim de incentivar o compromisso dos governos, a Federação Internacional de Diabetes criou uma petição global, que pode e deve ser assinada por todos (https://worlddiabetesday.org/ifnotnowwhen/) e criou a tag #SeNãoAgoraQuando? e #IfNotNowWhen?
Sabendo que este ano também marca o centenário da descoberta da insulina em 1921, uma conquista científica que mudou a vida de quem vive com diabetes, a IDF também disponibilizou preliminarmente dados da 10ª edição de seu Atlas, que será lançado no dia 6 de dezembro, sobre o diabetes no mundo e em cada país (resumo disponível abaixo). A OMS alerta que “mesmo cem anos depois dessa descoberta extremamente importante, a morte prematura entre pessoas com diabetes ainda é elevada em muitos países, devido ao diagnóstico tardio e à falta de acesso à insulina".
Dados Preliminares do 10º Atlas de Diabetes da IDF
Dados que acabaram de ser compartilhados pela Federação Internacional de Diabetes (IDF) indicam aumento de 16% na prevalência de diabetes no mundo, há apenas 2 anos (em 2019). Já são mais de meio bilhão de pessoas com diabetes (537 milhões). No Brasil, se somarmos o número de pessoas com diabetes (15,7 milhões) ao de pessoas com pré-diabetes (17,8 milhões, 5ª posição no mundo), chegaremos a uma prevalência maior que soma de toda a população dos estados do Rio de Janeiro e Bahia!
Os especialistas são unânimes se avançou muito na cobertura aos cuidados de quem tem diabetes no país, nas últimas duas décadas, com incorporações de medicamentos (destacam-se recentemente as insulinas análogas e uma das moléculas da classe de inibidores de SGLT2) e tecnologia médicas, através de leis, políticas e programas. Contudo, ainda há muitos obstáculos a serem superados. Segundo a IDF, 31,9% das pessoas com diabetes tipo 2 no Brasil ainda não estão diagnosticadas. Gomes et al. (2021) encontraram complicações em 31% dos jovens (13-19 anos) com diabetes tipo 1, e Borges et al. (2014) indicaram complicações crônicas em 77% das pessoas com diabetes tipo 2 acompanhadas em serviço de referência, no país.
O Brasil aparece no Atlas como o 3° país que mais gasta com diabetes e o 29° que mais gasta anualmente por pessoa com diabetes (US$ 2.728,50) no mundo. Enquanto o país é o 6° no número de pessoas com diabetes (15,733 milhões), quando se fala em crianças e adolescentes com diabetes tipo 1, o país aparece em 3° lugar no mundo (92,4 mil jovens de 0 a 19 anos).
Confira abaixo os novos materiais que foram lançados para marcar este dia:
OPAS Country Snapshot of Diabetes Prevention and Control in the Americas
WHO report maps barriers to insulin availability and suggests actions to promote universal access
Report - Keeping the 100-year-old promise: making insulin access universal
Lancet Editorial - 100 years of insulin: a technical success but an access failure