Na última sexta-feira (29/1) o FórumDCNTs realizou o webinar "DCNTs em 2021, o que esperar?" O evento teve por objetivo discutir quais serão os maiores desafios para as doenças crônicas em 2021, se conseguiremos avançar nas prioridades identificadas pelo FórumDCNTs no final de 2020, e como os diferentes setores poderão contribuir para reduzir os riscos de agravamento das DCNTs durante 2021 (confira a agenda completa aqui).
No início do evento tivemos a fala do Dr. Mark Barone, fundador e coordenador geral do FórumDCNTs. Dentre os pontos por ele destacado estiveram o fato de no ano passado 67% das mortes por COVID-19 terem sido pessoas com comorbidades (a maioria delas DCNTs) e os dados de que 70 mil brasileiros deixaram de receber o diagnóstico oncológico devido a pandemia. Apresentou, ainda, um estudo realizado pelo FórumDCNTs no qual foi evidenciado que muitas pessoas com diabetes estão com a glicemia mais alta ou com mais variações desde o início da pandemia, o que aumenta o risco do desenvolvimento de casos graves de COVID-19.
Dando continuidade ao webinar, a Dra. Katia Campos (OMS) expôs as novas iniciativas da Organização Mundial da Saúde voltadas ao diabetes e ao câncer cervical, pois são duas condições que vêm crescendo de forma exponencial, principalmente neste momento em que a pandemia evidenciou que as DCNTs demandam mais atenção para que possamos atingir as metas da ODS 3.4.
Bruno Helman (Federação Internacional de Diabetes - IDF) destacou que este é o ano do centenário da insulina e ainda temos pessoas que não conseguem ter acesso ao medicamento, e que a participação das pessoas que convivem com condições crônicas em tomadas de decisões com o governo é fundamental para melhorar as estratégias e o quadro das DCNTs.
Dra. Fatima Marinho (Vital Strategies e membro da Comissão Consultiva do FórumDCNTs) trouxe o preocupante dado de que, só no ano passado, 60 mil crianças menores de 15 anos foram hospitalizadas com síndrome respiratória aguda e 2 mil vieram a óbito. Ainda ressaltou a sua preocupação com a volta às aulas e a falta de protocolos e condutas para que crianças e adolescentes, especialmente os que têm DCNTs, possam voltar de forma segura. Segundo ela, pensando em DCNTs, 34% das crianças com diabetes que tiveram COVID-19 em 2020 vieram a óbito, em comparação a 13% das que não apresentavam qualquer condição crônica.
Foi discutido o crescimento da prevalência de obesidade que também é uma condição crônica que demanda atenção. Quando se trata da obesidade, existem diversos fatores interligados como: o preço dos alimentos ultraprocessados versos alimentos naturais, propagandas que induzem o consumo de alimentos calóricos, inatividade física, genética, acesso ao tratamento e entre outros. Os painelistas destacaram que especialmente os casos de obesidade mórbida têm risco aumentado para agravamento e óbito associados à COVID-19.
O FórumDCNTs foi idealizado em 2016 e tem como objetivo reunir lideranças dos setores público, privado e terceiro setor para, através de parcerias, combater a principal causa de mortes precoces no país: as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis. Acompanhe as publicações em nossas redes sociais, site e Newsletter. Logo mais outros eventos serão anunciados.
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