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Orientações FórumCCNTs: Consulta Pública sobre insulinas análogas rápidas para Diabetes Tipo 2 - Até 7/10

Através da presente recomendação, FórumCCNTs, convida os parceiros e todas as pessoas físicas e entidades interessadas a contribuírem, até o dia 07/10/2024, com a Consulta Pública n° 62/24, para apresentação de recomendações a respeito da avaliação de incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de uma classe de tecnologias: "Insulinas análogas de ação rápida para tratamento do diabetes mellitus tipo 2" - (asparte, lispro e glulisina), por meio do seguinte link: 

 

Foto: Freepik

A referida Consulta Pública estará aberta pelo prazo de 20 (vinte) dias - entre os dias 17/09/2024 até o dia 07/10/24 - para o envio das contribuições do público interessado, por meio da plataforma Participa + Brasil. A demanda foi apresentada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde - SECTICS, nos autos do NUP 25000.112531/2024-51. A Secretaria-Executiva da Conitec avaliará as manifestações apresentadas a respeito da matéria.

 

A Conitec recomendou inicialmente a incorporação, ao SUS, dos análogos de insulina de ação rápida (asparte, lispro e glulisina) para o tratamento de pacientes adultos com DM2, o que somos integralmente favoráveis.

 

O Fórum Intersetorial de CCNTs no Brasil (FórumCCNTs), iniciativa fundada em 2017 com o objetivo de promover parceria entre as principais instituições dos setores público, privado e terceiro setor para o enfrentamento da principal causa de mortes no país - as condições crônicas não transmissíveis (CCNTs) - e que hoje conta com a participação de mais de 200 instituições, recomenda a incorporação da classe de insulinas análogas de ação rápida para tratamento do diabetes mellitus tipo 2.

 

Sobre a contribuição - Primeiramente, destacamos a essencialidade que a avaliação dos análogos de insulina leve em conta a classe como um conjunto, descartando-se a hipótese de incorporação dissociada.  Isto porque, no contexto da condição, é imprescindível que seja considerada as especificidades e características farmacocinéticas e perfis de ação, em vez de se restringir o tratamento a uma única molécula. 

 

Consideramos que a incorporação de uma molécula específica pode restringir a competitividade por preço e incorrer no risco de não ser possível sua substituição em caso de desabastecimento da molécula. 

 

Diante ainda do fato da saída das insulinas NPH e Regular em canetas  do mercado, restando apenas frascos para uso com seringa, salientamos a importância que haja a aprovação de análogos em caneta de aplicação para DM2. A saída das canetas de aplicação, anunciada pelo fabricante, impõe importante barreira para a continuidade dos cuidados de pessoas com DM2, usuárias de insulina, visto que as canetas de aplicação garantem maior facilidade e precisão na aplicação da dose de insulina prescrita, melhorando engajamento no autocuidado e reduzindo graves riscos associados à aplicação de dose maior ou menor que a recomendada.

 

Salientamos aspectos referentes aos parâmetros utilizados na avaliação, bem como aspectos relacionados ao escopo desta demanda, qual seja, a possibilidade iminente de falta de insulinas NPH e regular no mercado brasileiro. 

 

A própria CONITEC, em seu relatório, identificou não haver inferioridade dos análogos de insulina de ação rápida em relação à insulina regular (Fullerton et al., 2018 e Mannucci et al., 2021). Sendo assim, mostra-se viável sua incorporação sob o ponto de vista da eficácia e segurança das tecnologias analisadas. 

 

Por fim, entendemos que a incorporação das insulinas análogas deve ser embasada em um algoritmo claro e atualizado, que oriente os profissionais de saúde sobre a escolha adequada para cada pessoa, considerando fatores individuais e evidências científicas.

 

Reiteramos que o FórumCCNTs convida todas as pessoas físicas e entidades interessadas a participarem nesta Consulta Pública, através dos links abaixo.


  • Acesse o Relatório Técnico para leitura caso queira analisar tecnicamente as evidências científicas sobre eficácia, segurança, custo-efetividade e análise de impacto orçamentário.

  • Acesse o Relatório para a sociedade para leitura caso queira ter uma visão geral e ampla sobre a avaliação realizada.

  • Acesse o Formulário de contribuição para enviar suas sugestões.

 

Referências Sugeridas

 

1. BISCHOFF, H. et al. Rapid-acting insulin analogues: Applications and limitations in clinical practice. Diabetes Care, v. 27, n. 2, p. 399-404, 2004.


2. SHEPHERD, L.; RAYNER, C.K.; BROWN, C. The role of rapid-acting insulin analogues in diabetes management: A review of the literature. Diabetes Spectrum, v. 21, n. 3, p. 232-239, 2008.


3. GARG, S.K.; MISHRA, A.; BANSAL, D.D., et al Rapid-acting insulin analogs: Efficacy and safety in type 2 diabetes management.Indian Journal of Endocrinology and Metabolism, v. 16, n. 4, p. 598-602, 2012.


4. HOLT, R.I.G.; BOLAND, J.; FISCHER, L.; GILBERTSEN, S.; MADSEN, J.; NIELSEN, K.; WHITTAKER, P.; ZIMMERMAN, J. The role of rapid-acting insulin analogues in the management of type 2 diabetes: A clinical overview.Diabetes Research and Clinical Practice, v. 95, n. 1, p. e1-e5, 2012.


5. JOVANOVIC L., et al Rapid-acting insulin analogs in the management of type 2 diabetes: A systematic review of clinical trials.Endocrine Reviews, v .35 ,n .3 ,p .450-468 ,2016.


6. AMERICAN DIABETES ASSOCIATION (ADA). Standards of medical care in diabetes—2017.Diabetes Care, v .40 ,n .Supplement_1 ,p .S1-S135 ,2017.


7. MÖDLER H., et al Rapid-acting insulin analogs for type 2 diabetes: Clinical efficacy and safety based on recent studies.Diabetes Technology & Therapeutics, v .19 ,n .11 ,p .615-622 ,2017.


8. NATIONAL INSTITUTES OF HEALTH (NIH). Efficacy of rapid-acting insulin analogs in type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis.Diabetes Care, v .41 ,n .Supplement_1 ,p .S62-S69 ,2018.


9. KUBOTA Y., et al Comparative effectiveness of rapid-acting insulin analogs in type 2 diabetes: A network meta-analysis.Diabetes Research and Clinical Practice, v .145 ,p .222-230 ,2018.


10. CARRAULTI H., et al The role of rapid-acting insulin analogs in the treatment of type 2 diabetes mellitus: Evidence from clinical guidelines.Endocrine Reviews, v .39 ,n .3 ,p .349-367 ,2020.

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