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Brasil é destaque na redução de sódio no mundo, aponta OMS

Relatório inédito da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que apenas 9 dos 184 Estados-membros têm um pacote abrangente de políticas recomendadas para reduzir a ingestão de sódio


O Brasil é um dos nove países que se destacam na implementação de políticas de redução de sódio no mundo. Os dados apresentados por um relatório inédito da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que apenas 5% dos Estados Membros são protegidos por políticas de redução de sódio obrigatórias e abrangentes, o que inclui também Chile, República Tcheca, Lituânia, Malásia, México, Arábia Saudita, Espanha e Uruguai.

Foto: Freepik

O relatório divulgado nesta-quinta-feira (9) pela OMS, porém, ressalta que o mundo está fora do caminho para atingir sua meta global de reduzir a ingestão de sódio em 30% até 2025 e que poderia salvar a vida de aproximadamente 7 milhões de pessoas até 2030. Nutriente essencial para a existência humana, o sódio, quando ingerido em excesso, aumenta o risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e morte prematura. Atualmente, 73% dos Estados Membros da OMS carecem de uma ampla gama de implementação de tais políticas.


Um dos nove países citados, o Brasil tem um pacote abrangente de políticas recomendadas para reduzir a ingestão de sódio. O objetivo é atingir a meta 3.4 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU) de, até 2030, reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças crônicas não transmissíveis via gerenciamento e redução de riscos. Atualmente a ingestão média global de sal é estimada em 10,8 gramas por dia, mais que o dobro da recomendação da OMS de menos de 5 gramas de sal por dia (uma colher de chá). Comer muito sal o torna o principal fator de risco para mortes relacionadas à alimentação e à nutrição.


“A alimentação não saudável ​​é uma das principais causas de morte e doenças em todo o mundo, e a ingestão excessiva de sódio é um dos principais culpados”, afirma Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Este relatório mostra que a maioria dos países ainda não adotou nenhuma política obrigatória de redução de sódio, deixando sua população em risco de ataque cardíaco, AVC e outros problemas de saúde. A OMS pede a todos os países que implementem as 'Melhores Compras' para redução de sódio e aos fabricantes que implementem os parâmetros de referência da OMS para o teor de sódio nos alimentos.”


Uma abordagem abrangente para a redução de sódio inclui a adoção de políticas obrigatórias e as quatro intervenções de “melhor compra” da OMS relacionadas ao sódio, que contribuem para a prevenção de condições crônicas não transmissíveis:

  1. Reformular alimentos para conter menos sal e estabelecer metas para a quantidade de sódio em alimentos e refeições;

  2. Estabelecer políticas públicas de aquisição de alimentos para limitar alimentos ricos em sal ou sódio em instituições públicas, como hospitais, escolas, locais de trabalho e asilos;

  3. Rotulagem na frente da embalagem que ajuda os consumidores a selecionar produtos com baixo teor de sódio;

  4. Comunicação de mudança de comportamento e campanhas de mídia de massa para reduzir o consumo de sal/sódio.

Os países são incentivados a estabelecer metas de conteúdo de sódio para alimentos processados, de acordo com os Padrões Globais de Sódio da OMS e aplicá-los por meio dessas políticas. As políticas obrigatórias de redução de sódio são mais eficazes, pois alcançam uma cobertura mais ampla e protegem contra interesses comerciais, ao mesmo tempo em que fornecem condições equitativas para os fabricantes de alimentos. Como parte do relatório, a OMS desenvolveu um cartão de pontuação de sódio para os Estados-membros com base no tipo e número de políticas de redução de sódio que eles têm em vigor.


“Este importante relatório demonstra que os países devem trabalhar com urgência para implementar políticas de redução de sódio ambiciosas, obrigatórias e lideradas pelo governo para atingir a meta global de reduzir o consumo de sal até 2025”, relatou o Dr. Tom Frieden, presidente e CEO da Resolve to Save Lives, uma organização sem fins lucrativos que trabalha com países para evitar 100 milhões de mortes por doenças cardiovasculares em 30 anos. “Existem medidas comprovadas que os governos podem implementar e inovações importantes, como sais com baixo teor de sódio. O mundo precisa de ação e agora, ou muito mais pessoas sofrerão ataques cardíacos e AVC incapacitantes ou mortais, mas evitáveis”.


Mais evidências estão surgindo documentando as ligações entre a alta ingestão de sódio e o aumento do risco de outras condições de saúde, como câncer gástrico, obesidade, osteoporose e doença renal.



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