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WOF lança o Novo Atlas da Obesidade 2024: metade das crianças no Brasil estarão com sobrepeso em 2035

Metade das crianças no Brasil terão sobrepeso em 2035. Esse é um dos dados alarmantes que a Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation - WOF), com apoio e tradução do Painel Brasileiro da Obesidade (PBO)/Instituto Cordial, divulga no lançamento do Novo Atlas Mundial da Obesidade 2024, a sexta edição que apresenta estimativas para os níveis e tendências da prevalência da condição no Brasil e no mundo. O lançamento acontece no Dia Mundial da Obesidade.


Imagem: Divulgação

Em 2024, os temas que ganharam destaque na divulgação do importante documento englobam a obesidade infantil, que aumentou nos últimos anos, os impactos da COVID-19 em todo o mundo, que atinge e influencia no sobrepeso e obesidade na economia e, não menos importante, a probabilidade de atingir metas globais a partir dos números relatados no atual documento. De acordo com o Atlas, 79% dos adultos com excesso de peso e obesidade viverão em países de baixo e médio rendimento até 2035, 88% das crianças com excesso de peso e obesidade viverão em países de baixa e média renda até 2035 e o número de adultos que vivem com obesidade pode aumentar de 810 milhões em 2020 para 1,53 bilhão em 2035.

Das 41 milhões de mortes anuais atribuídas às CCNTs, 5 milhões são impulsionadas pelo IMC elevado (≥ 25 kg/m2) e com base nas tendências atuais, até 2035, mais de 750 milhões de crianças (com idade entre 5 e 19 anos) deverão viver com sobrepeso e obesidade conforme medido pelo índice de massa corporal.


1 a cada 3 crianças no Brasil têm sobrepeso


O Brasil é um dos países citados no Atlas e, na atual edição, o crescimento anual de pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) preocupa:


  • 1.9% é o número projetado de adultos com IMC alto (2020-2035)

  • 1.8% número projetado de crianças com IMC alto (2020–2035)


Com base nos dados de 2019, ano de referência do novo Atlas Mundial da Obesidade, as mortes por CCNTs devido ao IMC elevado em adultos acontecem principalmente por doença arterial coronariana, acidente vascular cerebral, diabetes e neoplasias, além de outras CCNTs que podem ser desenvolvidas a partir disso.


E para 2035 metade das crianças estarão com o IMC elevado. Este número, que atualmente está de 1 a cada 3 crianças no Brasil, pode passar para 50% dos casos entre pessoas de 5 a 19 anos nos próximos 11 anos. Entre as principais atribuições ao IMC elevado em crianças e jovens estão pressão arterial elevada, hiperglicemia e colesterol HDL baixo.


Imagem: Divulgação

Outro número que chama a atenção são as CCNTs em adultos atribuídas ao IMC elevado, que leva a 5,799,277 anos de vida perdidos devido a condições (DALYs) para CCNTs, sendo as principais condições diabetes mellitus, doença cardíaca coronariana (isquêmica), acidente vascular cerebral e cânceres. Vale ressaltar que o Brasil é um dos 25 países selecionados para o Plano de Aceleração da OMS, com o compromisso de implementar as Recomendações para a Prevenção e Manejo da Obesidade ao longo da Vida, da OMS.


Pesquisadores brasileiros exigem soluções coletivas para a obesidade



No dia 4 de março, pesquisadores do Brasil e do México publicaram um artigo na Revista Nature Metabolism que destaca a necessidade de iniciativas destinadas a compreender a obesidade a partir de abordagens multidisciplinares e globais. Os autores são Sandra Roberta G. Ferreira, Yazmín Macotela, Licio A. Velloso e Marcelo A. Mori.


No trabalho, pesquisadores da Unicamp, Universidade de São Paulo (USP) e Universidad Nacional Autónoma de México (Unam) elencam oito determinantes principais da obesidade:


  • ambiente físico

  • exposição alimentar

  • interesses econômicos e políticos

  • iniquidade social

  • limitação do acesso ao conhecimento científico

  • cultura

  • comportamento contextual

  • genética


O distinto documento aponta uma inversão de tendências em comparação as últimas décadas. Atualmente, os países em desenvolvimento apresentam números elevados de obesidade, algo que era mais comum em países desenvolvidos. Esse aumento, segundo os pesquisadores, acontece por uma combinação de fatores estruturais e de contexto, que no artigo os pesquisadores denominam como determinantes sistêmicos.


Confira alguns números de sobrepeso e obesidade em países da América Latina:


Em adultos:


  • 75% no México

  • 74% no Chile

  • 68% na Argentina

  • 57% na Colômbia

  • 55% no Brasil


Em crianças:


  • 53% no Chile

  • 41% na Argentina

  • 39% no México

  • 30% no Brasil

  • 22% na Colômbia


Faça o download do Novo Atlas Mundial da Obesidade 2024 aqui.


Confira o artigo de pesquisadores brasileiros publicado na Nature Metabolism aqui.


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