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5º encontro do Fórum Intersetorial de Combate às DCNTs no Brasil


A realização do 5º encontro do Fórum Intersetorial de Combate às DCNTs no Brasil foi um importante momento para reflexão sobre o que temos conquistado, os desafios que persistem e a formação de novas parcerias. O Doutor José Luis Gomes do Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina, declarou muito interesse pelo tema e gentilmente acolheu este encontro do FórumDCNTs, para a construção de propostas integradas e replicáveis.


A presença do doutor Eduardo Macário, Diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis do Ministério da Saúde, representando o ministro Luis Henrique Mandetta, e de outras 64 autoridades e líderes de instituições públicas e privadas do nosso país reforçam a convicção de que o engajamento de todos os setores da sociedade continua sendo o caminho mais efetivo para avançarmos. Mais de 80% dos participantes identificaram novos parceiros e oportunidades durante o evento.


As discussões desenvolvidas ao longo do dia reforçaram a urgência de combinar vigilância epidemiológica, estratégias de prevenção e cobertura universal da saúde, em uma matriz colaborativa entre a federação, os estados e municípios, engajando parceiros privados e a academia.


Esse é um desafio que não deve ser subestimado, que demanda combinação de expertises e disposição de todos os segmentos. Cumprir ou mesmo superar o compromisso firmado na ONU – de reduzir em um terço as mortes prematuras decorrentes das DCNTs até 2030 – passa pela prevenção e pelo controle permanente dos principais fatores de risco, mas também pelo diagnóstico precoce e o tratamento adequado das DCNTs.


Na abertura dos trabalhos, todos os integrantes da mesa reforçaram a importância de somar

esforços e compartilhar experiências, motivação que vem ao encontro dos objetivos centrais deste Fórum: conhecer os avanços e desafios relacionados às DCNTs no Brasil e no mundo; as atualizações da agenda nacional de DCNTs do Ministério da Saúde e as oportunidades de parcerias entre os setores público, privado e as organizações civis.


Na rica discussão de quatro painéis, que contou com representantes do Ministério da Saúde, da OPAS, do Conasems, de professores de universidades brasileiras e de reconhecidos especialistas de diferentes setores, foram abordadas questões como conflitos de interesse nas parcerias intersetoriais e a importância de garantir a transparência e o equilíbrio das relações.









Nos debates sobre a integração do meio acadêmico em projetos multisetoriais, foi destacada a importância da teoria da mudança: definir o que queremos mudar, onde queremos chegar e como alcançar esses objetivos, preparando uma matriz de monitoramento e avaliação dos indicadores, identificando os pontos de privação no desenvolvimento de políticas focadas e destacando a integração das bases de dados para obter melhores insights.


Outro momento importante de interação, foram as discussões sobre os desafios na atenção primária, que têm impacto direto nas doenças crônicas; as estratégias adotadas pelos três níveis de governo no planejamento e combate as DCNTs e como enxergam a lógica e o melhor caminho para o estabelecimento de parcerias. Atrair médicos e a atenção da família, foram alguns dos desafios apontados pelos participantes.










No período da tarde, os grupos de trabalho dedicaram-se a identificar desafios priocipais por áreas e planejar próximos passos para superá-los. A seguir o resumo feito por essas equipes:


"Nosso Grupo de trabalho abordou a atuação na atenção primária para diminuição das doenças cardiovasculares, bem como a implementação do Hearts e do Programa da World Stroke Organization, em pacientes de alto e médio risco. A intenção é trabalhar em parceria com a Organização Panamericana de Saúde, o Ministério da Saúde e a SESAB para modificar estilos de vida, tratar as doenças que são fatores de risco para os desfechos cardiovasculares e englobar as iniciativas no país. Quem trabalha com obesidade, diabetes e alimentação inadequada está convidado a fazer parte deste Grupo para criamos um pacote de estratégias globais junto ao Ministério da Saúde." Profa. Dra. Sheila Martins, Vice-Presidente da World Stroke Organization – Grupo de Trabalho sobre AVC".


"O Grupo discutiu sobre a possibilidade de implementar um estudo randomizado utilizando a tecnologia point of care para promover o acesso ao exame de hemoglobina glicada em pacientes com diabetes na atenção primária, associado a uma intervenção educativa. O objetivo é ampliar o estudo multicêntrico iniciado em Sergipe para obter um ensaio clínico robusto e avaliar se o uso dessa tecnologia, associada à educação em diabetes, seria efetivo no controle da hemoglobina glicada dessa população.” Prof. Dr. Márcio Galvão, UFBA – Grupo de Trabalho Diabetes


"O Grupo de Obesidade se fundiu com o de Alimentação Saudável, uma vez que a rotulagem adequada de alimentos está entre as principais estratégias da pauta de obesidade e, dada a urgência do tema por conta da consulta pública que se encerra no dia 7 de novembro, elegemos duas ações prioritárias: 1) produção de documentação sobre o modelo triangular frontal para apresentar ao Ministério da Saúde e 2) o engajamento de influenciadores (população e stakeholders) na divulgação do tópico. Posteriormente, o Grupo se reunirá para tratar outras frentes de atuação como tributação, restrições, fornecimento de condições e alimentação adequadas em escolas etc. Pedro de Paula, Vital Strategies e FGV – Grupos de Trabalho Alimentação Saudável e Obesidade


“Os desafios identificados pelo Grupo foram o subdiagnóstico e o subtratamento da Hipercolesterolemia Familiar (HF), bem como a relevância do colesterol na atenção primária da saúde. Nesse sentido, nós temos três grandes notícias: a agência Tellus se disponibilizou a contribuir com a capacitação de agentes de saúde para abordar a HF, a dra. Débora Malta nos ajudará a identificar as famílias com HF no país e estamos avaliando, junto à Associação Samaritano, a possibilidade de desenvolvermos projetos que atuam na identificação e rastreamento dessa população, pois tratamento nós temos - inclusive no SUS - de forma gratuita. Patrícia Vieira de Luca, Diretora Executiva da AHF – Grupo de Trabalho Advocacy em Cardiovascular


“Atualmente, a forma como as leis são estabelecidas não contempla questões que podem causar limitações e necessidades especiais de um indivíduo, o que desfavorece a sua socialização e evolução. A solução encontrada pelas instituições envolvidas, permite um olhar mais abrangente dessa realidade e desmotiva o uso pejorativo do diagnóstico como rótulo de incapacidade. Por meio da implementação da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), já utilizada pela previdência social em países como a Finlândia, é possível aumentar a inclusão social, enquadrar necessidades especiais e contribuir com a saúde mental das pessoas e com doenças crônicas não transmissíveis.” Paula Prado Kfouri, Crônicos do Dia a Dia (CDD) – Grupo de Trabalho Saúde Mental e Neurológica


Concluindo os trabalhos, Dr. Mark Barone, diretor técnico do Public Health Institute do Brasil, destacou "É muito importante essa troca entre diferentes instituições – muitas vezes do mesmo setor ou de setores diferentes e complementares – em busca de possíveis soluções para os principais desafios identificados. O objetivo desse Fórum é promover parcerias intersetoriais e servir de inspiração para novas ideias na continuidade desse trabalho que estamos desenvolvendo juntos. Iremos acompanhar nos próximos seis meses, na medida do possível, as ações de cada Grupo. Nosso portal, mídias sociais e Newsletter servem exatamente para isso, interação contínua entre todos os participantes.”




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