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4º Encontro do FórumDCNTs Mobiliza Autoridades, Líderes e Imprensa

O 4º encontro do Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil, foi realizado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, no dia 9 de abril, e registrou número recorde de participantes.

A agenda deste encontro, que atraiu a atenção da imprensa (links abaixo), foi densa e ambiciosa, compatível com a complexidade dos temas abordados e a importância de compartilhar experiências de impacto. As palestras, os painéis e os trabalhos em grupo possibilitaram o contato com estratégias e iniciativas adicionais que estão fazendo a diferença e caminhos para contornar as dificuldades.



“Escutar, reconhecer o que está funcionando e dar espaço a novas abordagens são passos importantes. Liderar ou apoiar a implementação de projetos replicáveis coloca esse grupo em um patamar que transcende a produção de ideias e dá à sociedade a oportunidade de assumir maior protagonismo sobre questões que impactam o seu próprio futuro”.




O lançamento do Relatório Sombra, na ocasião, reforça a necessidade de aperfeiçoarmos políticas de prevenção e desestímulo a hábitos que estão na origem dos principais fatores de risco para as DCNTs. Relatório este como o objetivo de acompanhar os avanços obtidos pelo Plano de Ações Estratégicas para Enfrentamento das DCNTs lançado em 2011 pelo Ministério da Saúde. Mônica Andreis, Diretora da ACT Promoção da Saúde, compartilhou em primeira mão os resultados do relatório de 2019: "apesar de uma redução do tabagismo de 31%, entre 2011 e 2017, esse declínio estacionou em 10,1% e foi observado ainda um aumento no consumo de cigarro entre os mais jovens. Já o sedentarismo e o excesso de peso são dois aspectos que não cederam e já atingem mais da metade da população brasileira." Mais detalhes abaixo.

  • redução da proporção de adultos fumantes (de 14,8% para 10,1%)*aumento do percentual de adultos que realiza atividade física no lazer (de 30,3% para 37%)

  • crescimento na prevalência de sobrepeso (48,5% para 54%) e de obesidade (de 15,8% para 18,9%)

  • aumento no consumo abusivo de álcool (de 17% para 19,1%)redução do consumo regular de refrigerantes (de 29,8% para 14,6%)

*porém com estabilização dessa queda nos últimos anos (2015: 10,4%, 2016: 10,2% e 2017: 10,1%).


Programas como o Agita São Paulo, apresentado por Victor Matsudo, revelam ainda que é possível incorporar iniciativas que mobilizem tanto a administração pública quanto a sociedade civil, lembrando que a vigilância é um processo permanente, que precisa estar no topo da agenda dos gestores e no senso comum das pessoas. Como concordaram todos os presentes, “é muito mais barato e efetivo prevenir do que tratar DCNTs e suas complicações.”

Nesse sentido, a importância da mídia, destacada por Ingrid Krasnow, da Berkeley Media Studies Group, vai além de alertar os leitores sobre os fatores de risco para as principais patologias da atualidade. A imprensa é também uma ponte essencial com o setor público, apontando distorções e demandas, e a população, contribuindo para aumentar a compreensão, a participação e o atingimento das metas.

E não se pode falar em metas sem pensar em construir uma base nacional integrando as melhores práticas, validando modelos preditivos e a implementação de estratégias de melhoria de qualidade. Para isso, soluções que aumentem a capacidade de integração e resolução da atenção primária mostram-se de grande valia. Esses são os fundamentos que orientam o projeto de plataforma encomendada pelo SUS, liderado por Edson Amaro, responsável pela iniciativa Big Data, do Hospital Israelita Albert Einstein. Vitória da Conquista, na Bahia, e a região de Teófilo Otoni, em Minhas Gerais, estão recebendo os primeiros pilotos desse projeto PROADI-SUS, aproveitando a experiência das regiões com o programa HealthRise. 

O Projeto “Cities Changing Diabetes” apresentando por Steffen Nielsen da Novo Nordisk é outra iniciativa, implementada em 19 cidades do mundo, que confirma a importância da intersetorialidade e das parcerias público-privadas na promoção da saúde e na abordagem inovadora das várias vulnerabilidades a que estão expostas as populações cada vez mais confinadas nas grandes aglomerações urbanas. O programa, tem como meta "entortar a curva" (para baixo), ou melhor, lentificar o aumento da prevalência de diabetes no mundo e, ao mesmo tempo, melhorar o acesso ao tratamento e os indicadores de qualidade de vida de quem tem diabetes. Para isso, aumentar a porcentagem de pessoas dentro da meta de glicemia e, com isso, a prevenção de complicações. Com mais de 100 parceiros pelo mundo, o programa é construído sobre uma simples e eficaz plataforma de sustentabilidade, na qual

o governo da cidade onde é implementado atua como o principal parceiro local e identifica demais parceiros implementadores. A empresa Novo Nordisk, por sua vez, além de engajá-los na rede do programa, arca com os custos de avaliação e monitoramento em cada uma das cidades. Com isso, diferente de outros programas, o Cities Changing Diabetes não tem data de fim, os governos que o implementam têm liberdade para continuar indefinidamente. Segundo o Sr. Nielsen, a ideia é expandir o programa para um total de 50 cidades pelo mundo.


Não menos importantes foram os planos desenvolvidos pelos cinco grupos de trabalho, abordando temas como a sensibilização para condições menos conhecidas, como a hipercolesterolemia, que atinge um número expressivo de brasileiros, apesar de apenas 10% estarem diagnosticados. Os cuidados com diabetes e hipertensão, que quando bem executados promovem prevenção de doenças cardio- e cerebrovasculares. O diagnóstico e o tratamento de câncer também não poderiam faltar, incluindo a integração oportuna de pacientes em um fluxo bem estruturado e tempo-eficaz. Foram, ainda, destaque:


  • grupo 1 desenvolveu, com a participação da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, das ONGs CIES Global, AHF e ADJ, planos para a implementação de protocolos de hipercolesterolemia familiar nas redes municipal e estadual de saúde, além de conscientizar a população e os parlamentares e capacitar os profissionais de saúde das UBSs (Unidades Básicas de Saúde);

  • grupo 2 definiu a colaboração entre regiões para aperfeiçoamento de programas para cuidados de diabetes e hipertensão, como o HealthRise, HeartRescue e Better Hearts Better Cities;

  • grupo 3, liderado pelo movimento Todos Juntos Contra o Câncer e com a participação das entidades Abrale/Abrasta, Instituto Desiderata e Oncoguia, mapeou o caminho e dificuldades da pessoa com câncer no SUS e planeja, com foco na Lei dos 60 dias, acelerar o fluxo de pacientes, por meio de advocacy e de benchmarking;

  • grupo 4 está desenvolvendo uma estratégia mais ampla para educar a população sobre Alimentação Saudável e avançar com as pautas de taxação de bebidas açucaradas e rotulagem frontal, no sentido de orientar o consumidor a tomar as melhores decisões para a sua saúde e qualidade de vida; 

  • grupo 5, sobre prevenção de DCNTS, que já vinha alinhando colaborações entre os projetos do Agita-SP, da Vital Strategies e o projeto KiDS, focando na saúde de crianças e adolescentes, optou por unir esforços através do tema transversal: saúde mental.

O 4º encontro se encerrou, mas o trabalho dos grupos, para garantir que programas e políticas que possibilitarão cumprir a meta de reduzir em 1/3 a mortalidade precoce por DCNTs até 2030 - ODS 3.4 da ONU, com o qual o Brasil se comprometeu - continua. Para isso, além do 5º encontro já programado para outubro de 2019, a plataforma do FórumDCNTs é atualizada semanalmente com notícias, eventos, e, principalmente e oportunidades de parceria e financiamento.


Participantes do 4º Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil

4º Encontro do Fórum Intersetorial para Combate às DCNTs no Brasil na mídia:



































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